Estamos vivendo momentos atípicos com a pandemia do coronavírus. Um exemplo disso é o preço do petróleo que permanece esmagadoramente baixo e agora é uma ameaça ao pré-sal brasileiro. Para saber o porquê, continue a leitura do nosso artigo!
O boom da descoberta do pré-sal foi uma bênção mista: criou vários empregos e tornou o Brasil autossuficiente em petróleo. Essa prosperidade não foi exclusiva do Brasil, os EUA investiu pesado na produção de óleo de xisto, que criou vários empregos e fez da América um país exportador de óleo e gás, inundando o mercado internacional de petróleo e gás natural.
Por que então o preço do petróleo é uma preocupação?
Uma grande causa é a pandemia do novo coronavírus. Afinal, as medidas de isolamento social e os desdobramentos dessas medidas afetaram toda a economia global, colocando o preço do petróleo em queda livre. Como grande parte da sociedade não está se deslocando, seja por carros, aviões ou por transporte público, muitos não precisam de combustível.
Para piorar a situação, a Arábia Saudita e a Rússia entraram em guerra de preços, empurrando o valor da commodity para baixo. Essa ação prejudica a indústria do petróleo de países como o EUA e o Brasil. Isso porque o grande aumento da oferta em relação à demanda levou a uma queda do preço do petróleo iniciada há vários anos, da qual a indústria de óleo e gás vem se recuperando lentamente.
É claro que, se a oferta de petróleo está muito acima da demanda, todo esse excesso de petróleo precisa ir a algum lugar. E existe todo um mercado para armazenamento de petróleo que suaviza essas quedas d preços. O problema é que o excesso de oferta atual é tão extremo que esse mercado ficou literalmente sem armazenamento físico. Não há mais onde colocar o óleo, está tudo cheio.
Além disso, o setor de petróleo dos EUA está enterrado em dívidas. A produção, especialmente de óleo de xisto, é uma indústria intensiva em capital. Por mais impressionante que tenha sido o boom do petróleo doméstico na década passada, os produtores se alimentaram de toneladas de empréstimos.
O resultado de tudo isso é um cenário preocupante!
Agora a situação parece genuinamente apocalíptica: os produtores americanos e as empresas que atual no pré-sal brasileiro precisam de pelo menos US$ 50 por barril para serem lucrativos. Entretanto, atualmente estamos com menos de US$ 15 o preço do barril.
Ninguém sabe quanto tempo durará o distanciamento social. Mas, como a maioria das projeções indicam que liberação da vacina ainda vai demorar, o preço do petróleo deverá permanecer baixo. Especialistas estimam que a commodity ficará abaixo de US$ 20 até o final de 2021, o suficiente para prejudicar o nosso pré-sal. Nesse caso, a indústria petrolífera dos EUA será totalmente dizimada.